domingo, 12 de dezembro de 2010

BAÑOS, EQUADOR





Nossos amigos americanos eram fascinados por Baños, cidadezinha junto ao vulcão Tunguruahua, a meio caminho entre os Andes e a floresta amazônica. De seu solo brotam fontes de água de até 55 graus de calor, e o lugar vive em função das suas inúmeras piscinas, públicas e de pousadas e hotéis, afora o clima agradável (sempre em torno dos 22 graus) e a beleza das montanhas e vales, cortados por trilhas para caminhadas e cavalgadas. Pedro, Dedeco e eu juntamos alguns sucres (a moeda local) para passar uns dias na região. Fomos de carona até Quito, e de lá seguimos de ônibus. Chegamos depois mil metros de descida, numa estradinha cheias de curvas.

O lugarejo realmente é belíssimo, mas a primeira imagem que tive foi um tanto chocante, mesmo para quem já estava acostumado a provar todo tipo de pratos típicos: ratões inteiros, assados em grelhas instaladas nas calçadas. Mesmo sem pele e órgãos internos, a visão daqueles bichos de perninhas abertas sobre as brasas me revoltou o estômago...

Quando desfizemos as mochilas, no quarto do hotel, nos demos conta de que não tínhamos calções de banho. Mesmo assim fomos conhecer as piscinas de águas termais, administradas pela prefeitura. Explicamos o caso para a funcionária que nos atendeu, e ela imediatamente resolveu o nosso problema: por alguns centavos além da entrada, nos alugou calções – o meu era verde, enorme, mas isto era o que menos importava.

Naquele dia, e nos seguintes, nos deleitamos com intermináveis banhos de águas mornas, quentes, quentíssimas e frias, em piscinas coletivas. Aprendemos a gozar a sensação estimulante de alternar mergulhos na água bem quente e para depois ficar por alguns minutos debaixo de uma cascata de água gelada puríssima que descia num riacho formado pelo degelo do topo do vulcão.



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