Acabo de voltar de minha caminhada matinal. Desde o tempo do ônibus me acostumei sair bem cedo, antes dos outros acordarem, para colocar as idéias em ordem e conhecer melhor os lugares por onde ando. Na casa de Redwood, onde estamos morando há duas semanas, todos os dias começam do mesmo jeito: uma xícara de café com pão (quando há) e, em seguida, um baseado ( ou mais, dependendo do número de hóspedes). Depois alguém varre a casa, enquanto outro lava a louça.
No meio da manhã, saímos para cantar, geralmente no mercado. Às vezes vamos até Ibarra, uma cidade próxima, onde também há um mercado movimentado. Foi lá que, ontem, aconteceu uma coisa engraçada: eu caminhava cantando ''Jesus Cristo, yo estoy aqui'', pelos corredores entre as bancas ao ar livre, quando, numa curva, olhei para trás e vi uma procissão. Os nativos devem ter achado que aquele cara loiro, cabeludo, que cantava em homenagem a Cristo, era uma espécie de profeta. E me seguiam, em silêncio. Parei de cantar e agradeci. Nunca recolhemos tantas moedas, notas, pedaços de queijo, pacotes de amendoim, doces e outros donativos.
Foto: uma artesã no mercado de Otavalo
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