sábado, 11 de dezembro de 2010

BOGOTÁ, MODERNA E PERIGOSA



Guzmán, o empresário que nos deu carona até Bogotá advertiu: ''cuidado, muito cuidado, pois a cidade tem muitos ladrões e assaltantes. Desconfiem de todos, não deixem relógios ou jóias à mostra, não se afastem das suas coisas.'' Ele nos deixou numa praça e saimos a caminhar pelo centro, admirando os edifícios moderníssimos, as pessoas bem vestidas. Uma metrópole. Algumas quadras depois, um rapaz passou a andar ao nosso lado, puxando papo do tipo ''de onde vocês são, o que vieram fazer aqui? '' e outras obviedades. Dali a pouco, se ofereceu, gentilmente, para carregar o meu violão. Me lembrei do toque de Guzmán e agradeci. Ele sumiu.

Estranhamos o luxo, as avenidas largas, mas também a quantidade de policiais e soldados nas ruas. Os bancos, supermercados e joalherias tinham pelo menos dois soldados com armas pesadas junto às portas. Em cada esquina, policiais civis, armados com revólveres.

Andamos até encontrar um hotel confortável e barato, nos acomodamos e saímos para trabalhar, pois estávamos novamente duros. Cantei em praças, nas ruas, na entrada de um shopping em estilo americano, mas nada. Ninguém nos jogava nem uma moedinha. Aqueles cinco dias de Colômbia foram suficientes para constatarmos como o país era diferente do pequeno, pacato e generoso Equador, onde bastava cantar uma música ou duas e as notas e moedas pingavam na caixa do violão. Lá, eu cheguei a pegar uma carona sozinho, na estrada, de uma senhora de uns 60 anos. Aqui, carona só em postos de serviço ou da polícia rodoviaria.

Na manhã do dia seguinte, Pedro vendeu seu amado casaco de couro para pagar a diária do hotel. Fomos fazer um lanche com os trocados que sobraram, quando...




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