sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O FLORIPÔNDIO MÁGICO

Nossa temporada em Arequipa foi tranqüila. A temperatura amena da cidade, o primeiro contato com o Peru e os peruanos, a moçada bacana que nos visitava para ouvir e contar histórias, tudo contribuía para relaxar o ambiente que andava bastante tenso nas últimas semanas. Só não tínhamos drogas. Nem coca, nem LSD, nem maconha, nada.
Numa dessas, apareceu um cara dando uma dica quente: as flores de uma planta chamada floripôndio, cultivada nos jardins da cidade, proporcionavam viagens de até uma semana. Garantiu que o efeito era o mesmo do peyote, do LSD, dos cogumelos e cactus alucinógenos. Bastava colher e cozinhar.
E foi o que fizemos. As flores, semelhantes a lírios brancos, foram postas a cozinhar, horas e horas, até se tornarem uma pasta viscosa. Eu olhei para aquilo e dei pra trás. Recém havia me recuperado de uma terrível infecção intestinal causada por algum prato típico da região. Os outros tomaram, e o efeito foi devastador. Diarréias e vômitos, por dois, três dias. E o pior: nada de viagem. Nem uma tonturazinha...
Depois ficamos sabendo que o cozimento foi insuficiente, e os viajantes sentiram apenas os efeitos colaterais da droga. Droga...


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